Sistema Preventivo e promoção dos direitos humanos

Os direitos humanos (somatória de valores, de atos e de normas que possibilitam uma vida digna) são resultados de uma evolução histórica. Com a Filosofia, começou-se a pensar e questionar o modo de viver e tratar as pessoas na sociedade; com o cristianismo vem a ideia de que todos somos iguais diante de Deus; no Iluminismo o homem é colocado no centro de tudo “da ciência” e com a Revolução Francesa temos o marco principal em que se começou a falar de direitos de modo mais aprofundado com os ideais de Igualdade, Liberdade e Fraternidade (1789). No entanto, mesmo com todos esses avanços, quando Dom Bosco chega a Turim — que naquela época tinha uma população de 117 mil habitantes — logo após a sua ordenação em 5 de junho de 1841, encontra um cenário que refletia os efeitos da Revolução Industrial com a urbanização e total ausência de direitos envolvendo, principalmente, crianças e jovens.

É incomensurável a dor que ele sentiu no coração ao visualizar meninos de 8 a 12 anos trabalhando em condições desumanas, como pedreiros, nas casas de construção, quando deveriam estar recebendo carinho e sendo cuidados por seus pais. Como descrevem as Memórias Biográficas de São João Bosco, essas crianças estavam vestidas de trapos, e seus responsáveis, por negligência, preguiça ou vício, mandavam para rua ou as obrigavam a pedir esmola pelas ruas, acostumando-as à mendicidade e ao ócio, para livrar-se dos gastos do seu sustento.

O quadro é ainda mais inquietante e assustador para Dom Bosco quando visita as prisões e encontra o descaso para com jovens de idade entre 12 e 18 anos, ociosos, mordidos por insetos, famintos de pão espiritual e temporal. Dizia ele: “Se esses meninos tivessem tido um amigo que cuidasse deles com amor, que os assistisse e instruísse na religião nos dias santos, quem sabe eles teriam se mantido longe do mal e da ruína, teriam evitado vir ou retornar a esse lugar de castigo”.

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