Nesta segunda-feira, 17, o Papa Leão XIV divulgou um vídeo no qual saúda as Igrejas particulares do Sul Global reunidas no Museu Amazônico de Belém, durante a COP30. Na mensagem, o pontífice afirma acompanhar a voz profética dos cardeais presentes no evento, que anunciam ao mundo, por palavras e gestos, que a Amazônia permanece um sinal vivo da criação e exige cuidado urgente.
“Vocês escolheram a esperança e a ação frente à desesperação, construindo uma comunidade global que trabalha em conjunto. Tem se alcançado avanços, mas não suficientes. A esperança e a determinação devem se renovar, não só com palavras e aspirações, mas também com ações concretas”.
O Papa recordou que a criação clama em enchentes, secas, tormentas e um calor implacável:
“Uma de cada três pessoas vive em grande vulnerabilidade em consequência dessas mudanças. Para elas, a mudança climática não é uma ameaça distante. Ignorar essas pessoas é negar nossa humanidade compartilhada. Ainda há tempo para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 °C, mas a janela está se fechando. Como custódios da criação de Deus, somos chamados a agir com rapidez, fé e profecia para proteger o dom que Ele nos confiou”.
Cita, ainda, que o Acordo de Paris tem impulsionado um progresso real e continua sendo a ferramenta mais poderosa para proteger as pessoas e o planeta.
“Mas devemos ser honestos: não é o Acordo que está falhando, senão nossa resposta. O que está falhando é a vontade política de alguns. A verdadeira liderança implica serviço e apoio em uma escala que possa fazer realmente a diferença. Ações climáticas mais contundentes criarão sistemas econômicos mais sólidos e justos. Medidas políticas e climáticas firmes constroem uma inversão em um mundo mais justo e estável”, diz.
Por fim, o Papa pede para que caminhemos junto com cientistas, lideranças e pastores de todas as nações e credos:
“Somos guardiões da criação, não rivais por seus bens. Enviemos juntos uma mensagem global clara: as nações permanecem unidas na firme solidariedade com o Acordo de Paris e a cooperação climática. Que este Museu Amazônico seja recordado como o espaço onde a humanidade escolheu acooperação frente à divisão e a negação. Que Deus lhes abençoe a todos em seus esforços por seguir cuidando a criação de Deus. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”.



