Maria não é mulher de muitas e belas palavras: tem algo mais importante a fazer que cuidar de sua própria imagem e visibilidade. Sua pessoa não se esgota no que aparece: vive do que é de verdade.

Sabe que deve cultivar a autenticidade e a profundidade do seu amor tanto ao Filho de Deus e Seu, quanto a cada irmã e irmão,/ presente e futuro; sabe que, quando o amor existe, se difunde e encontra um modo genuíno de se visibilizar.

Comentário do Reitor Mor

É mulher verdadeira antes de tudo Como Antonella, a namorada do ‘Zezé’, que ainda não pode casar, porque ela está desempregada e ele também. Como Ângela, a cabeleireira da cidade velha, que vive feliz com seumarido. Como Isabel, viúva de Leo, que morreu num naufrágio no mês passado, deixando-a só, com três filhos para criar.

Como a Rosana, a freira que trabalha com viciados de drogas numa Casa de Acolhença...

É mulher real, porque transparente, sem maquiagem espiritual. Mulher a quem o mesmo Deus quis trajar de noiva, ‘vestindo-a de sol e coroando-a de estrelas’.

Mulher de verdade, mas, acima de tudo, mulher de poucas palavras.

Não porque tímida, como Rossella, sempre calada por medo de errar.

Não porque irresoluta, como Daniela, que cede sistematicamente às imposições do marido, a ponto parar toda discussão, dando-lhe sempre razão.

Mulher de poucas palavras, porque identificada com a Palavra, feita de monossílabos, velozes como um “sim”, ou de abandonos, totais como um “amém”.

Nela tudo é oração.

Queremos que ela nos acompanhe em nossa pobre vida, /num jejum /que seja, sobretudo, de palavras; /a nós tão hábeis /em usar a palavra para esconder pensamentos /em vez de os revelar;/ a nós que já perdemos o gosto pela simplicidade.

História

Os braços No tempo do rei Herodes, na noite em que Jesus nasceu, os anjos trouxeram a notícia aos pastores.

Os pastores de Belém, ouvido o anúncio dos Anjos, enfiaram em seus alforjes os melhores produtos de seu trabalho – queijos perfumados, mel, leite e doces – e partiram para levá-los de presente / ao recém nascido Rei dos Reis./

Um menino – mui vivo e curioso – despertado por aquele alvoroço, partiu com os pastores. Mas logo se deu conta de que era o único que ia de mãos vazias, também porque, /além de descalço, / não tinha nada de seu /senão a pobre roupinha do corpo. Sentia-se realmente desconsolado, e ia seguindo – todo murchinho – o vivaz grupo dos pastores.

Em chegando ao lugar indicado, todos se juntaram em torno de José e de Maria, que estava a embalar a Criança.

O pastorinho, enfiando-se por entre os pastores, chegou até Maria eficou-se – boquiaberto e olhos arregalados – a contemplar a cena...

Os pastores se pisavam para entregar os presentes a Maria /e Maria,/que ninava a criança em seus braços,/ se viu impedida de receber os generosos presentes em suas mãos, como sinal de agrado e apreço...

Então, sorrindo, confiou o Deus Menino / ao pastorinho que lhe estava ao lado. Abrindo os braços, o menino acolheu/ com toda a felicidade do mundo, / o pequeno fardo que ressonava divinamente...

Assim, o pastorinho, que pensava de não ter nada para dar, presente ou a Jesus o calor e o apoio de seus braços.

Naquela noite santa - em que o impossível se tornou possível - os seus braços transformaram-se em trono para o Altíssimo. Ele que não tinha nada, sequer um calçado nos pés, acolheu, em seus braços e junto ao peito, o PRESENTE de Deus à Humanidade.

Entrega a Maria

Santa Maria, símbolo do mundo feminino oprimido,

Te pedimos por todas as mulheres da terra.

Tu provaste a solidão, a humilhação e a dor, mas mostraste a nobre consciência feminina que inspirou a liberdade.

Dá que todas as mulheres, perante o sofrimento de todo tipo, não dobrem a cabeça, mas persistam fortes.

Ajuda-nos a achar o caminho certo, que nos afaste das hegemonias dos novos opressores e nos livre do machismo que, muitas vezes, deturpou a tua imagem.

Ajuda-nos a interpretar a vida com as categorias da feminilidade, preservando a nova humanidade da falsa libertação.

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