Sou Padre Wellington Batista de Abreu, tenho 31 anos de idade, 12 anos de Vida Salesiana e 2 anos de Sacerdócio. Sou Natural da cidade de Ji-Paraná no estado de Rondônia e pertenço a Inspetoria São Domingos Sávio com sede em Manaus. Atualmente sou Diretor e Pároco da Missão Salesiana de Iauaretê/AM e Delegado Inspetorial para a Animação Missionária e Voluntariado.
Nossa Missão quase centenária de Iauaretê possui 65 comunidades (aldeias-vilas) distribuídas em quatro calhas de rios que pertencem a essa região. Aqui o nosso trabalho consiste em visitar e animar essas comunidades; nos fazendo presentes e aproveitando o máximo de tempo que temos junto a eles. Algumas comunidades são muito isoladas. Necessitamos de horas e horas de viagem, enfrentando chuva e sol, as perigosas cachoeiras, as trilhas infinitas e os obstáculos naturais que aqui existem. Esse precioso serviço chamamos de itinerância e, só podemos realizar quando dispomos de combustível (muito caro aqui) é de centavos para poder pagar o prático. Nem sempre conseguimos e por isso às vezes visitamos uma ou no máximo duas vezes esses irmãos ao longo do ano.
Outro serviço precioso é o serviço nas diversas pastorais e movimentos juvenis que aqui temos. O povo, mesmo na simplicidade, é muito animado. Também tem o oratório três vezes durante a semana. Temos a presença dos salesianos na escola estadual do ensino médio e assistência presença no meio de todos.
Ser missionário nessas terras é mais do que fazer coisas, antes de tudo é ser presença no meio deles, amar e se fazer amar. É necessário a imersão nas culturas, no aprendizado da língua, na defesa da vida e no testemunhar a alegria de sermos cristãos consagrados a serviço dessa parcela do Reino de Deus nestas fronteiras.
Posso dizer que são tantos os motivos que me realizam na vida salesiana sacerdotal: poder presidir a Eucaristia e partilhar a Palavra de Deus aos irmãos e irmãs; escutá-los em confissão (amo conversar e escutar) e administrar a Unção dos Enfermos aos idosos e doentes em suas casas e nos hospitais.
A vivência e fraternidade com meus irmãos salesianos e a comunidade local. O estar entre os jovens e adolescentes com frequência, trabalhando com e por eles. Visitar as aldeias / comunidades indígenas ribeirinhas nas itinerâncias, podendo partilhar a vida, o tempo, minha energia e alegria juvenil com aqueles irmãos e irmãs que vivem isolados, que quase não têm a oportunidade de encontrar-se com a Eucaristia e os demais sacramentos. Mesmo chegando muitas vezes morto de cansado, depois das inúmeras cachoeiras para arrastar o bote e as trilhas infinitas com horas e horas de caminhada, vê-los correndo fazendo festa para o porto ao ouvirem o som do motor chegando, para nos acolher com abraços e sorrisos todas as vezes que chegamos, me enchem de vida e vale cada suor ou cansaço. Não tem preço!
Enfim, ser missionário entre os povos indígenas, onde aprendo tanto das culturas e me renovo com as belezas naturais e a simplicidade da parcela do rebanho do Senhor confiado a mim. Não me vejo padre sem meus irmãos salesianos e sem o povo de Deus, razões concretas do meu ministério.
Este artigo foi elaborado por Pe. Wellington Batista de Abreu, SDB.