Os jovens, como sabemos, representam a primeira preocupação dos Salesianos: em todos os tempos, em todos os lugares, em todas as circunstâncias. Ainda mais quando se encontram em perigo, como durante uma guerra. É por isso que moças como Nastia ou Dasha, que fugiram da Ucrânia, são bem-vindas e acolhidas hoje nas obras salesianas da Polônia e da Espanha.
Nastia é a mais velha de quatro irmãos. Ela fugiu de Leópolis, junto com sua mãe e sua avó, durante as primeiras semanas da invasão russa, deixando na Ucrânia apenas o pai, que atualmente trabalha como voluntário entregando ajuda humanitária à população. “Orgulhamo-nos dele porque ele é um patriota”, diz sua esposa, Lubov. Como a família já conhecia os salesianos da Ucrânia, ao entrarem na Polônia logo foram postos em contato com uma obra salesiana de Cracóvia, onde se encontram, junto com cerca de cinquenta outros refugiados. Apesar da pouca bagagem, Nastia quis levar sua ‘bandura’, instrumento tradicional que se tornou fonte de esperança para todos os refugiados, que a ouvem com prazer enquanto pratica com seu instrumento.
Ela acabou se tornando um símbolo para todos os que a ouvem tocar. "No início não pensei nisso, mas ao tocar e cantar lembramos o nosso país, damos força e esperança a quem defende a nossa pátria e também podemos mostrar que a Ucrânia é importante; e que precisamos de ajuda".
A família da jovem é grata aos salesianos “pela forma como fomos acolhidos e ajudados. Eles nos deram muito amor e todas as coisas materiais de que precisamos”.
Outra bela história de hospitalidade vem de Salamanca, na Espanha, envolvendo outra família de refugiados ucranianos. A protagonista, desta vez, é Dasha, uma jovem ucraniana de 18 anos, que por causa de um curso de inglês on-line, desde antes da guerra mantinha contato com um habitante de Salamanca. A irmã deste homem, Mariam Fernández, é professora no Centro de Formação Profissional Salesiano, da cidade e, quando a guerra eclodiu, se prontificou a ajudar a jovem.
“Assim que ouvi a história deles, pensei que deveríamos fazer algo por ela. Depois, quando conversei com a mãe dela, Galya, sem pensar muito, iniciamos o processo para trazer também seus outros filhos e a neta, que tem um bebê”, conta a professora.
Hoje, Dasha e as crianças vivem em um apartamento disponibilizado pela Caritas e frequentam as escolas salesianas e o oratório salesiano da cidade, enquanto Mariam ajuda as mulheres adultas do grupo, que têm mais preocupações, pensam nos que ficaram na Ucrânia e têm muitas dúvidas em relação ao futuro. “Costumo tomar café com as mães enquanto esperamos que as crianças terminem suas atividades. Foi como trazer novos amigos para as nossas vidas. Damos a elas nosso tempo, às vezes elas só precisam de tempo, presença, um pouco de ajuda com a burocracia, para mostrar como funciona nosso sistema...", diz a professora, que, juntamente com outros membros da comunidade educativa da obra salesiana, se empenha também por acompanhar os refugiados a conhecer a cidade e integrá-los nas atividades esportivas e culturais...
“Se esta experiência está me ensinando alguma coisa, esta é o fato de que a solidariedade existe”, conclui a professora.