Comumente conhecido como confissão, esse sacramento também é chamado de sacramento da conversão, da penitência, do perdão e da reconciliação.

Nos primeiros séculos, quando os fiéis cometiam algo grave, eles deveriam fazer penitência pública; muitas vezes, tais penitências duravam anos.

O Concílio IV de Latrão (1215) estabeleceu a obrigatoriedade da confissão ao menos uma vez por ano em caso de pecado grave. Esta lei continua até hoje.

Ser cristão é assumir a prática do amor 

No cristianismo o essencial é agir segundo a fé em Cristo e aceitá-lo na própria existência. Ele assumiu de modo definitivo a nossa natureza e nos redimiu por meio de sua Vida, Morte de cruz e Ressurreição. Deu-nos a possibilidade concreta de optar por Ele, sair de nós mesmos para sermos para os outros. Numa palavra: amar. O ser humano nasceu para o amor e só se realiza no Dom de si. 

Ser cristão é assumir a prática do amor. No entanto, em sua liberdade, o homem pode optar pela recusa ao amor. Pecar é desprezar o amor de Deus. O amor nos torna também mais responsáveis e livres, e nos compromete no esforço de ajudar os outros para se libertarem de tudo que os ameaça e oprime.

Somos todos pecadores e necessitamos do perdão e da misericórdia de Deus, cuja bondade nos restitui a auto-confiança e nos estimula para orientarmos a vida a partir das exigências do amor de Deus e do amor aos irmãos. 

Um apelo à conversão do coração e da vida 

Quem encontrou a Jesus, escutou também seu apelo à conversão do coração e da vida. Não podemos encontrar a Cristo e continuar do mesmo jeito em que estamos: se realmente o encontrares, ele não te deixará indiferente e não se cansará de te convidar a saíres de ti mesmo para ires onde o seu amor te abre caminho. No mais íntimo do coração dos que crêem, ressoa incessantemente o convite a acolherem esse Deus que vem e renova todas as coisas, aceitando se reconciliarem com Ele (Cf. 2 Cor 5,17-20). 

A reconciliação é o sacramento com que Cristo socorre a fragilidade do ser humano, que havia atraiçoado ou rejeitado a aliança com Deus celebrada nos sacramentos da iniciação, reconcilia-o com o Pai e com a Igreja e o regenera como nova criatura pela força do Espírito Santo. É também designada como penitência, pois é o sacramento da conversão do ser humano e também do perdão de Deus, é o encontro do coração arrependido com o Senhor que o acolhe, numa festa de reconciliação. Este encontro se realiza por intermédio do ministério da Igreja: Deus, Pai de misericórdia, que reconciliou consigo o mundo pela morte e ressurreição de seu Filho e derramou o Espírito Santo para remissão dos pecados, te conceda, mediante o ministério da Igreja, o perdão e a paz. Foi o próprio Cristo que confiou à Igreja o poder de ligar e desligar, isto é, de excluir e admitir na comunidade da aliança, que é lugar da salvífica comunhão com Deus e entre os seres humanos (Cf. Mt 18,18). Este poder corresponde ao de perdoar os pecados (Cf. Jo 20,20-23).  

O sacramento da penitência ou confissão é a “conversa de paz” com Deus

O padre representa a Igreja como comunidade reunida por Deus na fé em Jesus ressuscitado. Nessa “conversa de paz”, a gente reconhece os pecados. Por isso os conta ao padre. Pede perdão a Deus e aos irmãos, diz que está arrependido e que não quer mais pecar. Por isso se reza o ato de contrição ou de arrependimento. Mostra vontade de corrigir-se e por isso o padre dá uma penitência para se cumprir depois. 

Mas na "conversa de paz" sempre entra também a resposta do outro. A resposta de Deus, essa Jesus já nos deu por sua vida e seus ensinamentos. Na confissão essa resposta é repetida pelo padre sobre nós, sobre os pecados que confessamos. É a absolvição. O padre diz: "Deus, que pela morte e ressurreição de seu Filho Jesus, reconciliaste o mundo consigo e enviaste o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". 

Agora a gente pode ir em paz, porque fez as pazes com Deus e está em paz também com a comunidade, a Igreja toda, representada pelo padre. O padre pode repetir para nós, como Jesus: "Vá em paz, seus pecados estão perdoados" (Lc 7,48.50).

Modalidades atuais

Atualmente o Rito da Penitência apresenta três formas da celebração da penitência:

1. Confissão individual e absolvição individual;

2. Celebração comunitária da Reconciliação, com confissão individual e absolvição individual;

3. Celebração comunitária da Reconciliação com confissão e absolvição comunitária ou geral.

(No momento da absolvição comunitária, o padre pode impor as mãos sobre a cabeça de cada pessoa e dar a absolvição ou, se for um grupo muito grande, estender a mão sobre a assembleia e dar a absolvição).

Nas celebrações comunitárias da Reconciliação, torna-se evidente o caráter comunitário da confissão e absolvição, que são o núcleo central da ação comunitária. Nestas celebrações, os membros da comunidade reunida que se reconhecem pecadores, rezam uns pelos outros; a Igreja, como comunidade dos fiéis, tem, portanto, parte ativa na realização da reconciliação dos pecadores com Deus. A comunidade cristã toma consciência do seu ser pecadora e da necessidade do perdão de Deus, que ela então pede e finalmente agradece com confiança e gratidão filial.

O Rito da Penitência considera como parte central ou essencial do sacramento da reconciliação a confissão dos pecados e a absolvição. Na celebração com confissão e absolvição gerais, a confissão individual dos pecados é substituída por uma confissão geral. Isso significa que se o penitente não se sentir “satisfeito” com a confissão e absolvição gerais, oportunamente poderá recorrer ao padre para uma “conversa de paz”.

A Paróquia Salesiana de BH/MG, São Francisco Sales irá realizar no próximo sábado, dia 02 de abril, de 14h30 às 17h30, o Mutirão de confissão individuais nas comunidades de Santíssima Trindade, São Judas e São João Bosco no  bairro Nova Gameleira.

Mutirão de confissão individuais

Fonte: Catequese hoje

Imagem: Rembrandt van Rijn, O Retorno do Filho Pródigo, c. 1661–1669. Museu Hermitage, São Petersburgo

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