(ANS – Roma) – A promoção da Ecologia Integral, há já tempo, representa uma prioridade para todos; de modo especial, para os que se animam de uma inspiração cristã. A publicação da Encíclica «Laudato Si’», de fato, veio acendendo um interesse para com todo o Mundo Criado e pelo Meio Ambiente. Surge ao mesmo tempo a pergunta: ‘Como comunicar a Ecologia?’. A ela responde, em seu artigo para o mês de julho, o P. Maciej Makula SDB, membro da Equipe do Setor para a Comunicação Social.

“Uma resposta concreta a uma mui difusa passividade é comunicar a ecologia de maneira responsável, em linha com o ensino da Igreja – escreve o autor – . Esta nova tarefa e desafio estão a nos pedir um trabalho árduo, com mais iniciativas invocativas por parte dos que estão envolvidos na comunicação na Igreja”.

No artigo, depois de explicar acuradamente o sentido da expressão “conversão ecológica”, o P. Makula se concentra na necessidade – para a mídia e a Igreja – de criar conteúdos novos, estimulantes, acerca do tema, recordando além disso como, em diferentes regiões do mundo, já se estejam difundindo exemplos interessantes que seguir; exemplos que, continua o autor, respondem ao apelo lançado pelo Papa Francisco por ocasião do Ângelus do passado 21 de maio. Nessa data, de fato, o Santo Padre tinha novamente convidado a colaborar, acrescentando que “há uma grande necessidade de unir conhecimentos e criatividade na área da Ecologia”.

À luz disso, admoesta-se depois a se evitarem linguagens difíceis, ou inadequadas, quando se fala de ecologia: “Há ainda muita barreira de comunicação na área da ecologia e da mudança climática” – prossegue o P. Makula, e isto pode trazer o risco da falta de um conhecimento dos problemas ambientais.

Já João Paulo II havia compreendido a necessidade de uma sólida discussão sobre a ecologia. Depois dele, também o Papa Bento sustentara a proteção do Ambiente, de modo realmente prático. No momento, o Papa Francisco é o autêntico paladino da conversão ecológica e do papel de primeira plana da ecologia integral.

Segue abaixo o artigo completo, traduzido pelo P. Geraldo Martins Lisboa, SDB, para aprofundar o importante tema da comunicação ligada à ecologia.

COMO COMUNICAR A ECOLOGIA (LAUDATO SI’)?

Introdução

Como comunicar a ecologia? Esta pergunta parecia ter pouco valor há uma década. Por uma simples razão: o tema da ecologia não ocupava as primeiras páginas dos jornais, nem saltava aos primeiros lugares das pesquisas  na Internet e não estava tão presente no ensinamento da Igreja. Isto mudou depois da publicação da encíclica LAUDATO SI ’, EM QUE O Papa Francisco reaviva a preocupação por todo o mundo criado e o meio ambiente. Chama à crise global por seu nome e propõe diálogo e ações concretas na Igreja e na política internacional.

O processo de comunicação madura desempenha um papel fundamental na questão mencionada. A profissão na educação e a informação responsável sobre o meio ambiente têm o potencial de combater o indiferentismo diante de questões que afetam todas as pessoas do mundo. “Infelizmente, existe uma indiferença geral diante destas tragédias, que continuam ocorrendo em distintas partes do mundo. A falta de reação diante destes dramas de nossos irmãos e irmãs é um sinal da perda deste sentido de responsabilidade por nossos semelhantes no que se baseia toda a sociedade civilizada”(1). Uma resposta concreta à passividade generalizada é comunicar a ecologia de maneira responsável, em linha com o ensinamento da Igreja.

Esta nova tarefa e este novo desafio exigem um grande esforço e inciativas inovadoras por parte de quem se dedica à comunicação na Igreja. Ao mesmo tempo um enfoque crítico do mundo digital e do caos informativo é uma garantia de que o poder da tecnologia se converterá num impulso para um maior desenvolvimento humano(2). Deste modo, as formas audazes e criativas da comunicação numa era da informação transformada se converterão numa voz poderosa que tocará as questões do meio ambiente e conduzirá a uma conversão ecológica.

Reconversão ecológica 

A expressão “conversão ecológica” foi utilizada pela primeira vez na Igreja por João Paulo II em 2001, durante uma audiência geral. “É necessário, portanto, estimular e apoiar a ‘conversão ecológica’, que nas últimas décadas tem tornado a humanidade mais sensível à catástrofe em direção(2) da qual se dirigia. O homem já não é ‘ministro’ do Criador. Mas déspota autônomo, está percebendo que deve deter-se definitivamente diante do abismo”(3). Estas palavras se converteram num germe de um profundo e frutífero debate para uma preocupação universal pelo meio ambiente.

Depois de vários anos, Francisco volta a chamar a humanidade a uma conversão ecológica como resposta à crise mundial. “Além disto, fazendo crescer as capacidades peculiares que Deus lhe deu, a conversão ecológica leva o crente a desenvolver sua criatividade e seu entusiasmo, para resolver os dramas do mundo, oferecendo-se a Deus “como um sacrifício vivo, santo e agradável”(4). Noutro ponto, chama à atenção sobre a implicação de toda a comunidade humana num processo de conversão ecológico, cujo fruto maduro será uma mudança duradoura(5).

Uma iniciativa interessante no âmbito indicado é a Plataforma de Ação Laudato si’, criada no Vaticano por iniciativa do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento integral. Inspira-se na encíclica sobre ecologia do Papa Francisco de 2015. Seus criadores pretendem empreender e promover ações concretas para proteger o meio ambiente. Em linha com Laudato si’, fazem finca-pé na necessidade de uma conversão ecológica e de encontrar soluções reais e duradouras para a crise ecológica. A plataforma é um espaço de busca de respostas e oferece conteúdos novos em vários idiomas, elaborados com a ajuda de expertos e sócios de todo o mundo(6).

O Movimento Laudato si’, por sua parte, define a conversão ecológica como uma profunda transformação das mentes e dos corações que conduzirá a um maior amor a Deus, a os demais e à criação. Neste processo, cada pessoa pode contribuir positivamente para a crise ecológica(7). Em seu material promocional, os autores explicam como e por que submeter-se à conversão ecológica, que implica quatro passos: Reconhecer que temos danificado a criação; Arrepender-se e voltar-se para o Criador; Comprometer-se em mudar e converter-se em bons administradores da criação; Conversão comunitária.

Outra iniciativa interessante sobre a conversão ecológica é o livro Os mandamentos verdes de Laudato si’.  Nele o autor, Joshtrom Isaac Kureethadam, apresenta dez mandamentos sobre um novo enfoque do meio ambiente; eis aqui alguns deles: Cuidar de nossa casa comum em perigo; Escutar o clamor dos pobres; Redescobrir uma visão teológica d mundo natural; Reconhecer que a destruição da criação é um pecado ecológico; Reconhecer as raízes humanas da crise de nossa casa comum; Educar para a cidadania ecológica; Praticar a espiritualidade ecológica; Cultivar as virtudes ecológicas(8).

O professor Zdzistawa  Piatek define a conversão ecológica como um giro ético-econômico, quer dizer, uma mudança radical na aproximação do homem à natureza, tão diferente da apoteose da tese única do antropocentrismo arrogante(9). Do mesmo modo, a doutrina da Igreja se refere cada vez mais à conversão ecológica, tendo em conta o comportamento humano egocêntrico recorrente. Francisco, numa declaração, sublinhou que isto somente será possível se os seres humanos reconhecerem as raízes humanas da crise ecológica, respondem com autêntico arrependimento e se comprometem a promover a solidariedade e o respeito pelo meio ambiente(10).

Comunicar a ecologia

A conversão ecológica se converte num forte estímulo para uma comunicação responsável e profissional na Igreja sobre a ecologia. O conteúdo de Laudato si’ assenta as bases para isto e orienta ações concretas. A encíclica não introduz uma nova doutrina sobre a ecologia, porém seu conteúdo abre certamente à Igreja para superar a indiferença e o debate na esfera pública(11). “Precisamos fortalecer a consciência de que somos uma só família humana. Não há fronteiras nem barreiras políticas ou sociais que nos permitam nos isolar, e por isto mesmo tampouco há espaço para a globalização da indiferença”(12). Uma comunicação ecológica eficaz requer um esforço contínuo e sustentado, apelando para valores universais para superar estereótipos, explicando os fatos de forma clara e concisa, e defendendo por soluções em nível dos cidadãos(13). “Lamentavelmente, muitos esforços para buscar soluções concretas para a crise ambiental costumam ser frustrados não somente pela rejeição dos poderosos, mas também pela falta de interesse dos demais”.(14)

No mundo do século XXI, as mudanças em níveis múltiplos nas tecnologias da transformação e a comunicação se sucedem num ritmo vertiginoso. A  comunicação ecológica também faz parte desta evolução. Implica interações formais e informais com o público, a criação de mensagens que tocam as esferas científica e emocional, e o intercâmbio de conhecimentos, experiências, projetos e processos. Muitas questões do meio ambiente exigem a compreensão e o apoio do público para mudar comportamentos e hábitos.

“Neste quadro juntamente com importância dos pequenos gestos quotidianos, o amor social nos leva a pensar em grandes estratégias que detenham eficazmente a degradação ambiental e alimentem uma cultura do cuidado que impregne toda a sociedade”(15).

Um exemplo interessante de pensamento estratégico sobre ecologia é o curso de formação avançada intitulado Ecologia Integral, organizado pela Faculdade de Teologia, Direito Canônico e Filosofia da Universidade Pontifícia Antonianum. O curso inclui uma secção sobre Ecologia e Comunicação, oferecida pelo professor Martín Carbajo Nuñez (16). O professor aborda em suas publicações a ecologia e a comunicação social de forma interdisciplinar e traz uma série de postulados teóricos mas também práticos(17). Diante da crescente procura de boas práticas neste campo,  em seguida se apresentará um exemplo inspirador de comunicação ecológica na prática.

Estudo  de caso -  Cáritas Polônia – Laudato si’(18)

O capítulo seguinte apresentará um estudo de caso de Cáritas Polônia Laudato si’,  criou uma campanha midiática profissional e exemplar sobre comunicação do meio ambiente na Polônia. O capítulo foi preparado graças à grande amabilidade de Dominika Chylewska de Polônia, Responsável pela Comunicação de Cáritas Laudato si’, e aos materiais pertinentes que preparou e proporcionou. Expressamos nossa gratidão a Dominika pela sua colaboração e ajuda.

Estabelecer um objetivo de comunicação e um grupo destinatário claros

As atividades midiáticas do projeto Laudato si’ começaram em 2020 centrando-se em encontrar um objetivo claro e definir um grupo destinatário. Os autores especificaram o objetivo da seguinte maneira:  Sensibilizar a opinião pública polaca e formar atitudes ecológicas, transladando os princípios da ecologia integral da encíclica Laudato si’ para uma dimensão prática  na vida da Igreja e das comunidades locais. Os organizadores do projeto dividiram o grupo destinatário em três áreas precisas, para poder adaptar a linguagem e as ações adequadas, que é a chave de umas atividades de comunicação eficazes. Estes são os distintos grupos: jovens interessados; compromissados e amigos de Cáritas; educadores de crianças e jovens.

O grupo de “jovens interessados” se caracteriza pelos seguintes traços: estudam ou trabalham, têm entre vinte e trinta e cinco anos, seguem influencers, usam Instagram, veem  You Tube, o bem comum e as tradições são importantes para eles, basicamente apenas usam a motivação para comunicar-se, o dinheiro não é o mais importante para eles, pretendem viver de forma responsável, estudam ou trabalham, a ecologia é importante para eles em teoria, porém nem sempre sabem como colocá-la em prática.

O grupo compromissados e amigos de Cáritas se caracteriza pelos seguintes traços: estão familiarizados com o ambiente de Cáritas, são de diferentes grupos de idade, frequentemente formam parte de um grupo de voluntários, a missão da organização lhes resulta próxima porém o tema da ecologia é novo para eles, estão presentes nas conferências diocesanas, e nas listas de correspondentes  e nos eventos de Cáritas  e estão presentes nos programas e projetos existentes.

O grupo “educadores de crianças e jovens” se caracteriza pelos seguintes traços: educam crianças e jovens, têm entre trinta e quarenta e nove anos, buscam formas interessantes de chegar aos jovens, são ativistas sociais dinâmicos, se comunicam através de telefones móveis e computadores, o ensino da Igreja é uma autoridade para eles, querem transmitir bons valores; este grupo é formado por sacerdotes, professores, animadores de grupos, religiosos e voluntários.

As atividades promocionais e midiáticas do projeto se concentraram principalmente numa campanha de promoção para mudar a consciência do que é a ecologia e provocar mudanças de costumes. A campanha promocional foi levada a cabo nos meios de comunicação tradicionais, nas redes sociais e na página da web. Além disto, os iniciadores realizaram uma série de projetos locais e oficinas educativas Embassy Caritas laudato si’.

Criação de uma identidade visual

Os especialistas em comunicação prepararam a identidade visual do projeto, baseada numa linguagem iconográfica. Isto incluiu a renovação do esquema cromático do logotipo, o desenvolvimento de fontes e cores, a criação de elementos visuais importantes, anúncios(19), material multimídia e promocional. Todo o projeto se preparou com a ajuda de profissionais especializados em projetos cristãos(20). Todos os gadgets e materiais promocionais produzidos se criaram no espírito de Laudato si’ (por exemplo, a Encíclica impressa no papel ecológico ou numa embalagem de xampu (21) ) .Também se criou um manual de instruções sobre como montar uma oficina ecológico com a ajuda de uma embaixada móvel(22).

A linguagem da comunicação

Na Polônia, a encíclica Laudato si’ foi recebida de dois modos: por um lado, com grande entusiasmo graças à forte voz de Francisco e, por outro, com uma falta de compreensão do seu conteúdo e de perguntas sobre por que a Igreja se preocupa fundamentalmente com a ecologia. O tema deu lugar a muitos estereótipos e mal-entendidos. Por isto, o pessoal e os colaboradores de Caritas Polônia Laudato si’ organizaram uma série de reuniões e empreenderam atividades nos meios de comunicação para explicar ao público os princípios da ecologia integral. Os iniciadores criaram projetos e mensagens concretos para explicar que a ecologia não é uma ideologia, mas uma atitude arraigada na doutrina social católica e na cultura e tradição polonesas, que nos transmitiram inclusive as gerações maiores(23). Graças às atividades empreendidas, a linguagem da comunicação se adaptou ao público local e ao contexto cultura.

 Plano de comunicação

O principal grupo objetivo de “jovens interessados” definiu uma direção clara para as atividades de comunicação: uma forte presença nas redes sociais (Facebook e Instagram(24). Estabeleceu-se um calendário de anúncios, inserções e spots, e muitas das ações promocionais faziam referência a períodos litúrgicos e acontecimentos de atualidade(25). O plano de comunicação teve em conta momentos especiais do ano, como  Semana  Laudato si’(26), o projeto Tempo de Criação(27), o Dia Mundial da Terra, assim como o contato regular com os meios de comunicação (dossiers de imprensa para jornalistas com textos, gráficos, áudio e vídeo) a ampliação de uma base de dados de meios de comunicação, o aprofundamento  das relações com os jornalistas, os anúncios televisivos e a comunicação constante na internet. Uma das campanhas mais eficazes nos meios sociais foi a criação e um calendário de advento que incluía tarefas relacionadas com a ecologia(28).

Cáritas Polonia Laudato si’ preparou a comunicação midiática sobre ecologia de forma profissional. Os autores começaram com um pressuposto ótimo e os profissionais adequados, depois identificaram os grupos destinatários e realizaram uma análise em profundidade dos mesmos, estabeleceram objetivos de comunicação e marketing, analisaram os canais de comunicação em meios tradicionais e sociais, criaram uma identidade visual, um plano de comunicação, se ocuparam dos contatos com jornalistas, redações, responsáveis de maios sociais e pessoas influentes, prepararam ferramentas de medição úteis e se asseguraram de que a linguagem da mensagem fora precisa.

Conclusão

Nos últimos anos, a consciência da ecologia integral aumentou consideravelmente na Igreja e na sociedade. Sem dúvida, necessita-se tempo para pôr em marcha os processos adequados e cada vez há maior implicação cívica. Todavia existem muitas barreiras de comunicação no campo da ecologia e a mudança climática. A linguagem retorcida da comunicação, o tom narrativo inadequado, a resistência emocional, a incompreensão da doutrina da Igreja, a escassa difusão do conteúdo dos documentos eclesiásticos ou a falta de assessoramento de expertos criam barreiras de comunicação e conduzem ao desconhecimento dos riscos ecológicos(29).

João Paulo II compreendeu a necessidade de um debate sólido sobre a ecologia. Inclusive Bento XVI, às vezes chamado de “Papa verde” –verde- por suas referências à ecologia, defendeu a proteção do meio ambiente de forma prática (a instalação de painéis solares na Aula Paulo VI)(30). Francisco, por sua vez, se converteu num promotor da conversão ecológica e do protagonismo da ecologia integral e sua dimensão prática, como exemplifica sua decisão de transformar a residência de verão papal de Castel Gandolfo num centro ecológico, o chamado Borgo Laudato si’(31).

Criar conteúdos nos meios de comunicação relacionados com a Igreja sobre o tema da ecologia é um desafio interessante e bastante novo. A comunicação responsável sobre o meio ambiente costuma ser precedida pela  chamada conversão ecológica. Em muitos países do mundo podem se observar exemplos interessantes e intrigantes de comunicação da ecologia de acordo com a doutrina da Igreja. Durante a oração do Ângelus de 21 de maio de 2023, Francisco voltou a fazer um chamado à colaboração e acrescentou que existe uma grande necessidade de combinar o conhecimento e a criatividade no campo da ecologia(32). Este processo está vinculado à assimilação do conceito do dever de defender o bem comum na sociedade, que está estreitamente relacionado com a ecologia integral(33).

 

______________

(1)  Francisco, Laudato si’, n. 25          

(2) Ibid. n. 47, 102          

(3) João Paulo II, Audiência geral, 17 de janeiro de 2001, https://www.vatican.va/content/John-paul-ii/audiences/2001/documents/hf- ip-il -aud - 20010117.html.            (4) Francisco, Laudato si’, n. 220.          

(5) Ibid, n. 219.          

(6) Plataforma de Ação Laudato si’, https://laudatosiactionplatform.org.          

(7) Jonathan Braden, Que é uma conversão ecológica?, https://ladudatosimovement.org/news/what-is-an-ecological-conversion-en-news?.          

(8) Joshtrom Isaac Kureethadam, Os Dez mandamentos Verdes da Laudato si’, Editorial CCS 20022.          

 (9) Zdizistawa piatek, Ekologiczne nawrócenie. Radykalna zmiana stosuku czlowieka do przyrody, https://wszystkoconajawzniejsze.pl/proof-zdzislawa-platek-ekologiczne-nawrocenie/.                

(10) Vatican News, O Papa e os budistas, https://www.vaticannews.va/it/papa/news/2023-01/papa-delegazione-cambogia-monaci-buddisti-conversione-ecologica.html   (11) Maria-José Pou-Amérigo (2018) Framing ‘Green Pope’ Francis: newspaper coverage of Encyclical  Lauddato si’ in the United States and the United Kingdom, Iglesia, Comunicación y Cultura, 3:2, 139.            

(12) Francisco, Laudato si’, n.52.             

(13) Ecologia Católica,  Investigadores: Todos podemos comunicar mejor el cambio climático, https://catholicecology. Net/blog/researchers-we-can-all-communicate-climate-change-more-effectively.                

(14) Francisco, Laudato si’, no 14.                 

(15) Ibid, no 231.           

(16) Universidad PontificiaAntonianum,https://www.antoniano.org/carbajo/culturaleView.php?Ig=it&id=577.               

(17) Martin Carbajo Núñez, Todo está conectado. Ecologia integral y comunicación en la Era Digital, TAU publishing, Phoenix (AZ) 2021; Martin Carbajo Nuñez, Conversión ecológica e Iglesia pluriforme a la luz del Sínodo sobre la Amazonia, Studia Moralia 58/1 (2020) 41-63.               

(18) Caritas Laudato si’, https://laudatosi.caritas.pl.                   

(19) https://www.youtube.com/watch?v=eHK.-ON-TO&list=PL3JUEJqMZIWAN-wqSHmyrkSMabSAyMcBy          

(20) Dayenu, https://dayenu.pl/.          

(21) Encyklika Laudato si’, https://laudatosi.caritas.pl/encyklika-laudatosi/, Szampon, https://laudatosi.caritas.pl/?s=szampon.                                 

(22) https://laudatosi.caritas.pl/ambasada-mobilina/.                  

(23) https://laudatosi.caritas.pl/o-nas/; https://laudatosi.caritas.pl/aktualnosci/czy-twoja-babcia-tez-byla-eko/.                

(24) https://www.facebook.com/CaritasLaudatoSí; https://www.Instagram.com/sl.laudato/.                    

(25) https://laudatosi.caritas.pl/aktualnosci/sposob-na-ekoswieta/.           

(26) Tydziee’ Laudato s’i, https://laudatosi.caritas.pl/?s=tydzien’+laudato+si.          

(27) Czas dia stworzenia, https://laudatosi.caritas.pl/?=czas+dia+stworzenia.              

(28) https://laudatosi.caritas.pl/aktualnosci/pobierz-eko-kalendarz-adwentowy/.                 

(29) Don Bosco Green Alliance, Training programme for children and youth on climate action, https://www.donboscogreen.org/resources; Troska o stworzenie próba naszej wiary, https://kongreskk.pl/wp-content/uploads/2022/01/Troska-o-Stworzenie-proba-naszej-wiary-pdf, p.58             

(30) Maria-José Pou-Amérigo (2018) Framing ‘Green Pope’ Francis: newspaper coverage of Encyclical Laudato Si’ in the United States and the United Kingdom, Iglesia, Comunicación y Cultura, 3:2, 139.               

(31)Zent News, El Papa convierte Castel Gandolfo en Borgo Laudato si’: um espaço para formación en ecología integral, https://es.zenit.org/2023/02/06/papa-convierte-castelgandolfo-en-borgo-laudato-si-un-espacio-para-formación-en-ecologia-integral/.              

(32) Vatican News, Papa Francisco: No nos acostumbremos al conflicto y a la violencia, https://www.vaticannews.va/en/pope/news/2023-05/pope-francis-let-us-not-get-used-to-conflict-and-violence.html.                    

(33) Francisco, Laudato si’, n. 156-157.

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Fonte: ANS

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