A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza até quinta-feira, 5 de junho, um encontro formativo sobre a proteção de crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade. O evento ocorre na Casa Dom Luciano, em Brasília (DF), e reúne representantes das Pastorais da Criança e do Menor, secretários executivos dos regionais e coordenadores de pastoral de todo o país.

“Precisamos proteger os mais frágeis e conscientizar toda a Igreja e a sociedade sobre a importância desse tema”, afirmou o padre Jânison de Sá, secretário adjunto de Pastoral da CNBB. “Por isso, reunimos agentes de pastoral de todo o Brasil para refletir, aprofundar e buscar ações concretas pelo bem-estar das crianças, adolescentes e jovens.”

Padre Jânison também reforçou que este é o primeiro encontro que reúne diretamente agentes que atuam nas dioceses e paróquias: “A CNBB já tem uma Comissão Nacional e participou de formações internacionais, mas agora damos um passo importante ao articular quem está na ponta, para que esse trabalho de proteção alcance todas as comunidades”, salientou.

Programação

Nesta terça-feira, 3 de junho, primeiro dia do encontro, os participantes discutiram documentos da Igreja que orientam a proteção de menores, como o Vox Estis Lux Mundi, que intitui normas para prevenir e combater os abusos sexuais contra menores e adultos vulneráveis. As palestras abordaram tanto a perspectiva eclesial da proteção, com dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, presidente da Comissão Especial de Proteção da Criança e do Adolescente da CNBB, quanto a política de proteção na realidade brasileira.

No segundo dia, quarta-feira, 4 de junho, o foco será a legislação civil. O tema será conduzido pelo Dr. Hugo José Sarubbi Cysneiros de Oliveira, assessor jurídico-civil da CNBB, e sua equipe. Também estão previstas discussões em grupos temáticos sobre a criação de políticas de proteção, protocolos de atendimento e acompanhamento das vítimas.

Dom João Bergamasco, membro da Comissão para a Ação Sociotransformadora, também presente no evento, resumiu o objetivo da formação: “É preparar quem está nas pastorais para garantir que nossas crianças sejam protegidas na Igreja e na sociedade. Trabalhamos pela vida desde a concepção até a juventude, para que ninguém perca a chance de sonhar com um futuro digno e realizado.”

Igreja como espaço seguro

Dom José Aparecido, bispo de Itumbiara (GO) e presidente da Comissão Especial de Proteção da Criança e do Adolescente da CNBB, destacou que a Igreja deve ser um espaço seguro.

“Com as orientações dos papas Bento XVI e Francisco estamos construindo protocolos e medidas preventivas. Quando há denúncias a atuação precisa ser firme: acolhimento às vítimas e punição conforme as normas da Igreja e da legislação civil.”

Já a irmã Fátima Moraes, da Comissão para a Proteção de Menores da Arquidiocese de Brasília, ressaltou a importância do apoio psicológico.

“Precisamos acolher sem julgamentos e oferecer ajuda concreta para que essas pessoas possam retomar suas vidas e reencontrar sentido. O cuidado exige preparo técnico e sensibilidade humana.”

A irmã irá conduzir um grupo temático sobre o acompanhamento das vítimas no encontro:

“É um trabalho extremamente delicado, porém ele exige muito de nós, que nós estejamos cada vez mais preparados, que tenhamos pessoas também preparadas, para que em um primeiro momento possam acolher sem julgar, sem preconceito; e ajudar para que essas pessoas possam ter a vida delas novamente reintegradas e elas possam no dia a dia descobrir a beleza e o mistério que é a própria vida”, disse.

A programação segue até a próxima quinta-feira, 5 de junho.

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