Entre os dias 26 e 29 de maio, o Centro Salesiano do Aprendiz (CESAM) de Goiânia promoveu um ciclo de palestras em conscientização para a Campanha Maio Laranja. Mobilização que acontece em todo o país, ela nasceu com a criação do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (18 de maio), instituído pela Lei Federal 9.970/00. 

Na instituição, a iniciativa acontece anualmente dentro da Formação Permanente de Aprendizes, que são atividades complementares do Programa de Socioaprendizagem realizadas para fortalecer a formação integral dos jovens. Os encontros deste ano foram conduzidos pela Comissão de Articulação Social da instituição, dedicada a mobilizações que promovam aos aprendizes a garantia de direitos e o acesso à informação.

De acordo com a assistente social do CESAM Goiânia Claudenice Meneguetti, o ciclo de palestras do Maio Laranja busca conscientizar os aprendizes sobre combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, abordando suas diversas formas e os impactos dessas violências. “O assunto é muitas vezes cercado de medo, vergonha ou desconhecimento. Essa atividade contribui para que os jovens fortaleçam sua capacidade de identificar situações de risco, entendam seus direitos e combatam a cultura do silêncio. Essas discussões também colaboram para o desenvolvimento humano, a promoção da cidadania e o apoio à saúde emocional e social dos jovens do programa.”

O ciclo de palestras trabalhou diferentes aspectos do tema, sanando as dúvidas dos aprendizes sobre: o que é e as diferenças entre abuso e exploração sexual; o papel da sociedade e das instituições no combate a essas violências; os direitos envolvidos conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Além da Formação Permanente de Aprendizes, os jovens também desenvolveram cartazes de conscientização e distribuíram adesivos da Campanha Maio Laranja em locais da cidade por onde passaram após a atividade.

Segundo a assistente social, a participação dos aprendizes durante toda a formação e a mobilização deles para difundirem as informações revelam também a falta de visibilidade do assunto em outros ambientes formativos, como a escola e a família. Ela ressalta que a linguagem acessível e acolhedora das palestras foi fundamental para promover um espaço de diálogo aberto e escuta ativa, abordando o tema com sensibilidade e dentro de diferentes contextos.

Wanderson Cunha é aprendiz do CESAM Goiânia e acredita que a atividade é muito importante por abordar um tema que requer maior visibilidade e conscientização da população. Para ele, a iniciativa contribui para fortalecera formação da sociedade sobre os sinais de alerta e formas de prevenção, além de incentivar a denúncia e o apoio às vítimas. “Discutir as causas, consequências e possíveis soluções, ajudar mobilizar a população para a proteção das crianças e adolescentes, promovendo uma comunidade mais segura e saudável para todos. Acredito que a troca de experiências e a apresentação de casos reais também reforçam a gravidade desse tipo de violência.”
Já a aprendiz Anna Karolliny Monteiro afirma que trazer a campanha de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes para a Formação Permanente de Aprendizes foi uma experiência enriquecedora. Ela destaca que a atividade não apenas enfatizou o problema, mas também ofereceu conhecimentos que podem ajudar a prevenir e combater essa violação de direitos humanos. “A palestra me ajudou a entender melhor os sinais de alerta e a importância de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo educação, saúde, assistência social e a comunidade em geral. Me sinto mais capacitada para identificar situações de risco e a agir de forma responsável, seja alertando outras pessoas ou contribuindo para ações de proteção.”

Claudenice reforça que a Formação Permanente de Aprendizes do CESAM Goiânia é uma iniciativa que contribui para o tripé do Programa de Socioaprendizagem, que integra contextos pessoais, sociais e profissionais. Ela explica que além da capacitação complementar e do acesso à informação, a atividade fortalece diferentes aspectos do desenvolvimento juvenil, como: autoconhecimento, autoestima, competências socioemocionais, resiliência, determinação e participação cidadã.

Segundo a assistente social, a conscientização para o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes é também uma forma de contribuir para a proteção integral dos aprendizes, suas famílias e comunidades. “É nossa missão formar cidadãos críticos, conscientes e éticos, contribuindo para o fortalecimento de uma sociedade mais justa, segura e fraterna. Esses pilares são indispensáveis para que o aprendiz desenvolva não apenas habilidades técnicas, mas também valores e atitudes que o acompanharão ao longo de toda a vida.”

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