O tema “Vocação: Graça e Missão” se fundamenta na afirmação de que “a vocação aparece realmente como um dom de graça e de aliança, como o mais belo e precioso segredo de nossa liberdade”, conforme o Documento Final de nº 78. É iluminado pelo texto bíblico: “Jesus chamou e enviou os que ele mesmo quis (cf. Mc 3, 13-19)” aprofundando que a origem, o centro e a meta de toda a vocação e missão é a pessoa de Jesus Cristo. Portanto neste tempo é assumir o desafio de uma espiritualidade: “vocação” é iniciativa de Deus, é mistério, é graça, é experiência de encontro com Jesus, é resposta pessoal, é envolvimento comunitário, é missão, é “espiritualidade” como a que moveu o próprio Jesus e marcou sua personalidade.

O Mês Vocacional de 2022: O cartaz desse mês vocacional lembra o meu lema sacerdotal completado meus 49 anos de sacerdócio: Anunciar a Ressurreição. O cartaz foi inspirado nesta certeza de fé, impulsionando-nos sempre mais para o testemunho da vida que vence a morte e dá-nos a salvação: Cristo Vive! O Cristo ressuscitado busca evidenciar a boa notícia, o autor da vida, do chamado vocacional e da missão. Vemos o Coração e mãos chagadas representam o amor, a doação e o cuidado para com a vida, dom vocacional. A Cruz, significa a vitória da vida sobre a morte, árvore da vida e esperança. A mulher representa o primeiro anúncio e testemunho vocacional. A Luz e Caminho representa a fé que ilumina todo o itinerário e a missão vocacional. O tema do Mês Vocacional quer ajudar toda a Igreja do Brasil a testemunhar o centro da fé cristã. “Jesus está ressuscitado, venceu a morte e ele nos chama para ser sua testemunha no meio deste mundo”.

Buscar os valores do Evangelho, é fundamental, para assumirmos a nossa responsabilidade de cristãos comprometidos com o Reino de Deus, apresentando aos jovens os valores da fé e a importância do discernimento vocacional, para fazer uma escolha de vida, em que possam melhor contribuir através da vocação, dom Deus, para estar a serviço da humanidade.

No “sim” da resposta vocacional a Deus não está presente a certeza, mas a confiança no chamado do Pai; no colocar-se a caminho para servir, como fez Maria de Nazaré, a humilde serva do Senhor. Ela disse “sim” porque confiava naquele Deus que age na história da humanidade e na história pessoal e vocacional de cada um de nós. Numa Pastoral Vocacional vamos assumir os seus objetivos de irradiar o compromisso e o zelo da Igreja por todas as vocações, sempre conscientes de que não somos nós os detentores do convite vocacional, mas instrumentos do chamado de Jesus Cristo.

A pastoral vocacional precisa de uma profunda renovação, mas não nos seus destinatários, o mundo juvenil, mas nos seus “pastores”, aqueles enviados por Deus. Jesus, antes de enviar os doze dois a dois a evangelizar, ordenou-lhes que pedissem ao Senhor da messe? Uma vida de oração pessoal e o testemunho autêntico de rostos transfigurados por terem conversado com Deus são o melhor modo de suscitar e cuidar das possíveis vocações. Só aqueles que encontraram o Senhor tornam-se seus propagadores eficazes. Também “sem uma cultura vocacional as vocações não podem florescer” – afirmou A. Cencini. O que é a cultura vocacional? A cultura vocacional não brota do nada, “são necessárias algumas condições, um clima familiar, espiritual e apostólico que possibilitem a pergunta: Senhor, o que queres de mim? Temos, as vezes dúvidas em não propor a vida religiosa e vocacional com a desculpa de que “não irão responder” é o oposto do estilo salesiano de educar. É urgente criar um ambiente vocacional em nossas obras salesianas.

Pe. Jurandyr Azevedo Araujo, sdb

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