No último sábado (30/08), o Centro Salesiano do Aprendiz (CESAM) de Goiânia promoveu mais uma Oficina de Apoio Sociofamiliar, que acontece periodicamente com os responsáveis dos jovens atendidos pela instituição. A iniciativa tem o objetivo de orientar os participantes sobre o Programa de Socioaprendizagem, fortalecer o apoio sociofamiliar e promover discussões que impactam o desenvolvimento dos aprendizes e suas famílias. Em referência à mobilização nacional do Agosto Lilás, essa edição abordou a conscientização pelo fim da violência contra a mulher, destacando a importância da mobilização, prevenção e fortalecimento da rede de proteção.
A campanha reforça o papel fundamental da atuação conjunta entre o Estado e a sociedade para romper ciclos de violência e promover o acolhimento e apoio necessários às mulheres vítimas. A sensibilização ressalta também o combate aos diferentes tipos de agressão: física, sexual, psicológica, moral e patrimonial. Segundo dados do Ministério das Mulheres, compilados entre janeiro e julho de 2025 pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, a maior parte das vítimas é heterossexual (57,7%) e negra (44,3%). Os principais tipos de violência relatados no contexto de agressão doméstica são a física (41,4%), a psicológica (27,9%) e a sexual (3,6%). Em 40.933 casos(47,58%), o suspeito era parceiro ou ex-parceiro da mulher vítima.
A Oficina de Apoio Sociofamiliar recebeu a jornalista Cris Soares para compartilhar suas próprias experiências e reforçar a sensibilização e informação junto às famílias, abordando os direitos, canais de denúncias e serviços de apoio especializado. A palestrante destacou a importância da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), legislação de referência internacional e que estabelece medidas legais para garantir a segurança e a dignidade das vítimas. “Infelizmente a violência doméstica que vem crescendo a cada ano. Mesmo com as iniciativas de prevenção e combate, infelizmente ainda vemos casos onde nós mulheres somos números.”
Com público estimado em 240 participantes, a participação ativados familiares dos aprendizes do CESAM Goiânia na Oficina de Apoio Sociofamiliar também foi um destaque desta edição. Os responsáveis puderam sanar dúvidas e compartilhar suas histórias e percepções sobre o tema. Cris ressalta o papel do encontro em promover o acesso à informação sobre temas que fazem parte da realidade das famílias, dos jovens e suas comunidades. “Vejo essa iniciativa do CESAM Goiânia como uma forma de ajudar a melhorar a nossa sociedade porque aqui trabalhamos com jovens, que são o nosso novo futuro. São eles que vão nos ajudar daqui para frente. Então, falar com suas famílias é extrema importância para mudarmos o hoje e também o amanhã.”
Elmar Batista da Silva é um dos pais de aprendizes presentes e afirma que o encontro foi uma oportunidade de entender melhor sobre diferentes aspectos relacionados ao combate à violência contra a mulher. “Foi uma palestra muito construtiva. Precisamos estar sempre atentos ao que acontece nas nossas casas, na vizinhança, na rua, no ônibus, na praça. A palestra nos fez perceber que devemos, sim, denunciar. Espero que os pais que não compareceram possam estar presentes nas próximas, porque essa oficina é muito interessante para que a gente também possa transmitir esses aprendizados aos nossos filhos. Agradeço muito ao CESAM Goiânia por oferecer essa palestra para a gente. Quando tiver outra, estarei aqui junto, apoiando.”
Já Angélica Francisca, que é mãe de uma aprendiz, ressalta a importância da Oficina de Apoio Sociofamiliar para orientar os pais e responsáveis sobre temas que podem afetar os jovens. “Acho muito importante as palestras oferecidas aqui. Já é a segunda de que participo. Gostei muito do tema deste encontro, sobre o Agosto Lilás, e também da palestrante, Cris. Acredito que ainda há muitos temas que o CESAM Goiânia pode abordar com as famílias. Desejo que esses encontros aconteçam mais vezes, pois também nos ajudam a orientar e incentivar nossos filhos.”
A oficina oferece um ambiente de formação e troca de experiências acolhedor para os pais e responsáveis dos aprendizes, sendo desenvolvida a partir de três pilares institucionais: cooperação para o desenvolvimento; gestão social e atuação em rede; fortalecimento da família. Através dos assuntos abordados, a iniciativa busca fortalecer os vínculos, oferecer orientação especializada, prevenir situações de risco e garantir o protagonismo dos jovens e suas famílias. O combate à violência, especialmente a violência contra a mulher, é parte essencial da proteção familiar e da promoção de um ambiente seguro para todos. Por isso, o tema também é trabalhado nos espaços de convivência, nas mobilizações internas, na Formação Permanente de Aprendizes e na Formação Permanente de Educadores.
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é direcionada ao enfrentamento à violência contra as mulheres e funciona 24 horas por dia. A ligação é gratuita e o serviço realiza o registro e o encaminhamento de denúncias, além de orientar sobre leis, direitos das mulheres e rede de atendimento especializado, como: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas e Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres. É possível fazer a ligação de qualquer lugar do Brasil ou acionar o canal via chat no Whatsapp (61)9610-0180. Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar (Ligue 190).